Os últimos dez anos têm sido de suma importância para a gestão dos resíduos sólidos e seus controles ambientais. A partir da implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a lei 12.305/2010 e seu regulamento (Decreto 7.404/2010) destacaram a importância compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e a logística reversa.
Em termos práticos, esse tipo de política garante a proteção ambiental e, como resultado, as empresas devem adequar seus processos produtivos a partir do descarte correto de resíduos, além do retorno de produtos para reaproveitamento.
Mas afinal, o que é a logística reversa?
Também conhecida como “logística inversa”, essa é uma área da logística que tem foco no retorno de materiais já utilizados para o processo produtivo. Ou seja, está voltado para o reaproveitamento ou descarte apropriado, como citado anteriormente.
A PNRS estabeleceu, em seu artigo 8º, diretrizes para que as empresas se adequem aos propósitos da lei. Entre elas, estão:
- A elaboração de um plano de resíduos sólidos, que deve conter a descrição da atividade, o diagnóstico dos resíduos sólidos gerados e administrados, ações preventivas e corretivas;
- Um inventário e declaração dos resíduos produzidos no ano anterior;
- Um sistema de coleta seletiva, política reversa e outras estratégias relacionadas à implementação de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida de produtos;
- A colaboração financeira e técnica entre setores público e privado para o desenvolvimento de pesquisas, métodos, ferramentas e tecnologia de gestão de resíduos, envolvendo reciclagem e a reutilização de disposição final ambientalmente apropriadas.
As empresas que empregam o modelo de logística reversa alcançam a sustentabilidade ambiental de seu negócio, como consequência do seu cumprimento das normas. Uma vez que o descarte incorreto pode causar danos à saúde, é importante que a cadeia de suprimentos seja capaz de operacionalizar a devolução de produtos com a mesma eficiência que realiza a sua distribuição.
Quais são as etapas da logística reversa?
A logística reversa pode ser dividida em 3 etapas principais. Durante a primeira, o consumidor devolve o produto ou a embalagem ao distribuidor ou comerciante, dependendo do tipo de operação realizada.
A partir da segunda etapa, o comerciante remete ao fabricante (ou importador) o produto recebido. Por fim, na terceira etapa ele é reencaminhado para que pode ser reutilizado, reciclado, ou descartado de forma apropriada.
Quais os benefícios da logística reversa?
Ainda que os custos de manutenção da logística reversa seja mais cara, seu valor compensa por estar associado ao desenvolvimento sustentável. O resultado é o aumento da conscientização, a redução dos impactos negativos associados ao descarte incorreto dos resíduos e o aumento dos lucros com a diminuição de aquisição de matéria prima.
Outro benefício é a melhoria do processo produtivo. Investindo em uma pesquisa para determinar o ciclo de vida de cada produto e seus componentes, é possível criar diretrizes para o tratamento dos resíduos. Com isso, adapta-se a produção e modifica-se o fluxo de distribuição. O resultado é a manutenção da cadeia em pleno funcionamento, adotando controles rigorosos e prezando a eficiência dos custos, pensando em resultados a longo prazo.
Uma das vantagens mais interessantes da logística reversa é o fato da melhoria da imagem empresarial em relação aos concorrentes, o que, por sua vez, impacta diretamente no relacionamento com a sociedade. Quando uma empresa demonstra atitudes sustentáveis, priorizando a sustentabilidade e a proteção ambiental, a construção de uma imagem positiva junto ao público cria uma relação de parceria e confiança.