Se você está atento aos jornais e portais de notícias, deve ter ouvido bastante falar da chamada “crise hídrica” no Brasil. O problema, que atinge todos os setores da sociedade, vem preocupando especialistas e, especialmente, o bolso das pessoas, já que ela está muito atrelada ao aumento das contas de luz, e de itens básicos de supermercado, como frutas, legumes e carnes.
Dessa maneira, a crise hídrica é algo que diz respeito a todos nós – tanto nas indústrias, quanto dentro das nossas próprias casas.
Afinal, quando há falta de um dos recursos naturais mais importantes no mundo, é sinal de alerta, e de necessidade de mudança. E, para você entender mais sobre isso, a MR Soluções Ambientais organizou nesse artigo tudo o que você precisa saber sobre o assunto, que é considerado um dos mais urgentes da atualidade.
O que causa a crise hídrica no Brasil?
De maneira resumida, a crise hídrica envolve a escassez de água nos reservatórios brasileiros. Isso quer dizer que, com menor recurso hídrico, torna-se mais difícil realizar a distribuição para as regiões do nosso país. Estima-se que a potencial falta de água atualmente seja a mais grave em 91 anos.
Comumente ouvimos que zonas secas, como os sertões nordestinos, possuem difícil acesso à água, havendo a necessidade da construção de poços artesianos (que captam a água dos lençóis freáticos ou de braços de rios). Porém, além da dificuldade da transposição, existe também a falta de manejo e logística, assim como o desperdício.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil, por meio de dados do Sistema Nacional de Informação Sobre Saneamento (SNIS), quase 40% da água potável no país é desperdiçada. Essa quantidade seria suficiente para abastecer mais de 63 milhões de brasileiros por um ano.
A piora nesse quadro vem se agravando todos os anos. Para se ter uma ideia, num ranking que compara o desperdício entre 10 países da América Latina, o Brasil ocupa a posição número 5, indicando seu tratamento inadequado da água e no atendimento e ampliação da coleta e tratamento de esgoto.
Além disso, a diminuição do nível das chuvas também possui grande impacto para a reposição dessas águas nos reservatórios naturais. Com temperaturas mais altas, influenciadas fortemente pelas alterações climáticas nos últimos anos, os períodos de estiagem se tornaram mais longos.
Com isso, há um desequilíbrio entre o aumento do consumo x reposição, não havendo proporção equivalente que dê conta de suprir todas as necessidades.
Impactos da crise
Como citado anteriormente, a falta de chuva diminui o nível dos reservatórios e, consequentemente, dificulta a distribuição para a população no país. Mas, além disso, a água é o principal “combustível” das usinas hidrelétricas. Então, o setor elétrico e o fornecimento de energia elétrica para a população também é prejudicado.
A região Sudeste e Sul, em especial, é uma das mais impactadas. Por abrigar os principais centros financeiros do país, a falta de água, em sua maior parte, encarece os sistemas de energia, havendo a possibilidade de “apagões”.
E, por fim, mas não menos importante, o impacto é sentido na produção agrícola. Com menos chuvas, as plantações sofrem com o calor intenso, prejudicando lavouras inteiras e dando fim à leva daquela estação, como é o caso do café e da laranja, por exemplo.
Com a expectativa de redução na colheita, os prejuízos envolvendo frutos e qualidades das pastagens logo são sentidos no aumento dos alimentos, resultando na dificuldade de realizar as compras em supermercados e feiras.
O que pode ser feito para resolver a crise hídrica no Brasil?
Muito se fala no problema, o que nos faz ter problemas em enxergar soluções. Como vivemos em um país de dimensões continentais, toda e qualquer forma de gerenciamento de crise deve ser pensado com cautela, já que pode impactar ainda mais a população, dentre consumidores e produtores que dependem desse recurso para viver.
Mas é possível, sim, resolver a crise hídrica. Em conjunto com as autoridades, que devem priorizar a sustentabilidade e o meio ambiente imediatamente, nós podemos fazer a nossa parte, realizando o consumo consciente e reduzindo no que for possível.
Dentre os principais métodos que devem ser colocados em prática, o reaproveitamento de água é fundamental. Todos nós precisamos de água, seja para beber ou realizar atividades corriqueiras no dia a dia. Porém, o uso não pode ser indiscriminado.
Sempre que possível, devemos reaproveitar a água (por exemplo, da máquina de lavar para a lavagem de áreas da casa), sendo essa uma das melhores formas de contornar o problema.
No meio empresarial, deve ser levado em consideração o reaproveitamento de água da chuva para finalidades como limpeza e uso em descargas de vasos sanitários.
Já no setor de indústrias, é possível realizar o tratamento de efluentes. Evita-se, assim, a contaminação da água já existente por resíduos químicos e sólidos que, ao serem despejados impropriamente, impossibilitam o consumo e, então, prejudicam o ecossistema marinho.