São conhecidos como efluentes os resíduos provenientes de indústrias, redes pluviais e esgotos. Entretanto, esses líquidos podem variar e possuem classificações de acordo com suas características. Um exemplo comum são os efluentes de fábricas de tinta, que podem possuir em sua composição resinas, solventes, entre outros aditivos prejudiciais ao meio ambiente. Um bom exemplo vem da PepsiCo que promove políticas de gestão eficiente desses efluentes e já conseguiu economizar 60% dos 12 milhões de litros de água consumidos por mês em uma de suas fábricas no Brasil, de acordo com matéria publicada no Jornal de Itu.
Veja também: O que é blendagem de resíduos?
Caracterização e classificação de resíduos
A caracterização de resíduos é um processo que determina a composição química e as propriedades físicas, químicas e biológicas dos efluentes. Nela, devem ser respeitadas todas as etapas de coleta, transporte e análises laboratoriais para que sejam feitos os testes necessários.
A classificação de resíduos leva em conta os potenciais riscos que podem causar ao meio ambiente e à saúde pública.
O que são efluentes classe I?
Os efluentes classe I são assim categorizados por meio da Norma Regulamentadora NBR 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Nesse grupo estão os resíduos considerados perigosos, entre eles os que possuem características como:
- Inflamabilidade: líquidos com ponto de fulgor inferior a 60ºC, com exceção de soluções aquosas com menos de 24% de álcool em volume, entre outras.
- Corrosividade: solução aquosa com pH inferior ou igual a 2, ou, superior ou igual a 12,5, além de capacidade de corroer aço, entre outras.
- Reatividade: líquidos que reagem violentamente com a água, formar misturas potencialmente explosivas, gerar gases, vapores e fumos tóxicos, entre outras.
- Toxicidade: substâncias que apresentam efeito nocivo pela presença de teratogênico, mutagênico, carcinogênico ou ecotóxico, que sejam comprovadamente letal ao homem, entre outras.
- Patogenicidade: resíduos com microrganismos patogênicos, proteínas virais, ácido desoxirribonucleico(ADN) ou ácido ribonucleico (ARN) recombinantes, organismos geneticamente modificados, plasmídios, cloroplastos, mitocôndrias ou toxinas capazes de causar doenças em homens, animais ou vegetais.
Como é feita a classificação de resíduos industriais?
A classificação de resíduos industriais é feita por meio do laudo de classificação. Ele pode ser feito baseado na identificação do processo produtivo gerador do efluente, de acordo com as regras da NBR 10.004, ou por meio de análises laboratoriais. No laudo de classificação devem conter a identificação da origem do resíduo, descrição do processo de segregação e do critério adotado na escolha de parâmetros analisados, se for o caso. O documento deve ser elaborado por responsáveis técnicos habilitados.
Como é feito o tratamento de efluentes classe I
Os efluentes classe I passam por tratamentos como:
Processos físicos: a etapa promove a separação de sólidos presentes no efluente. Assim, os contaminantes , como óleo, por exemplo, são removidos por métodos como filtração, decantação, peneiração ou extração por caixas separadoras.
Processos químicos: nessa fase, são utilizadas técnicas que alteram a composição molecular do efluente. Produtos químicos são adicionados para atuarem como agentes de floculação, coagulação, normalização do pH e desinfecção.
Processos biológicos: tem como objetivo remover a matéria orgânica dissolvida, flutuante ou em suspensão no efluente. Nessa etapa é eliminado o potencial contaminante do efluente.
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